quinta-feira, 11 de maio de 2023

Carta aos Novos Expectadores

Poder assistir espetáculos ao vivo, um concerto,  uma ópera,  um recital, um show, uma peça de teatro,  ou mesmo um filme no escurinho do cinema é uma experiência maravilhosa, que somente quem é apaixonado pela arte consegue entender. Essa comunhão de desfrutar da arte é um rito sagrado e prazeroso. Como é bom sentir o pulsar dos outros corações que estão a nossa volta, compartilhando e reagindo ao que está sendo apresentado.  Infelizmente certas pessoas não tem a capacidade dessa compreensão e se comportam como se estivessem na sala de casa, sem o menor respeito pelos outros expectadores. Tem gente que fica checando o wattsapp de cinco em cinco minutos, pra que? Às vezes,  o produto cultural nem é tão bom, ou mesmo péssimo,  porém isso não te dá o direito de atrapalhar o evento. Não está gostando? Levanta e sai, ou fica quieto para vaiar no final, mas não seja um estorvo.

Outra coisa horrível é ficar comentando com o coleguinha, e quando a peça é de artista que também faz novela? Sempre tem as tias que ficam falando alto como se estivessem assistindo televisão em casa. “Fulana, como ela é magra... como ele está assim ou assado...” Existe uma coisa chamada respeito, que é aquele tipo de educação que se aprende em casa e que vai se moldando na escola ou com os amigos. Porém este tipo de consideração não existe para alguns, pois provavelmente tiveram uma educação familiar deficitária, escolas ruins e consequentemente amigos do mesmo naipe. Isto acontece nas mais diversas camadas sociais. 

Tem shows que permitem que se registre, tudo bem, mas dá pra fazer isso sem atrapalhar os outros,  baixe a luminosidade do seu aparelho,  não use flash, que além de atrapalhar os outros expectadores,  atrapalha também os artistas no palco.  Tenhamos bom senso. 

Já encontrei pessoas que se dizem artistas eruditos, estudantes de música clássica se comportando como hienas na savana, onde? Dentro do Theatro Municipal de São  Paulo. E qualquer pessoa que ousar reclamar do comportamento das belezuras é tachado de chato, reacionário, de velho, etc. Pois é, os autointitulados "avançados", pseudo politizados, frequentemente ativistas das mais variadas vertentes, usam de etarismo para se referir a quem cobra respeito. 

Recentemente, no CineSesc, durante a exibição de um clássico do cinema,  o belíssimo Crepúsculo dos Deuses de 1950, um gajo sentado bem na frente da sala, em diversos momentos levantava seu aparelho celular para gravar a tela do cinema, mesmo com as reclamações ele continuava, no final, cheio de uma razão que ele não tinha, ainda discutiu com um dos expectadores que reclamou, o tal cinegrafista inoportuno encheu o peito de ar para proferir que era crítico de cinema,  o tchutchuco estava fazendo stories, pode?

São novos tempos, as coisas estão mudando muito rápido, estamos vivendo a grande época das reparações históricas e dos avanços tecnológicos, mas por favor, não percamos a civilidade.

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Reset Brasil

Ontem a necropolítica genocida do Governo do Estado de São Paulo fez mais uma vítima. Segundo o #SP1, eram oito horas da noite e a PM entrou atirando na comunidade da Vila Flórida em Guarulhos, para acabar com um pagode. Em represália   a ação desastrosa e letal da PM os moradores queimaram um ônibus. 

Quando a polícia vai parar de matar a população pobre? "Ah mas a 'vitima da sociedade' tinha envolvimento com droga..." E daí?  Esta forma de agir da polícia não pode continuar. Se você caminhar a noite pela Vila Madalena ou região da Augusta, irá encontrar milhares de playboys e playgirls usando os mais diversos tipos de drogas, bem como os traficantes oferecendo a droga como numa feira,  em alta voz. E nem por isso a PM chega atirando. Claro, são jovens filhos da classe média quatrocentona paulistana,  em sua grande maioria brancos, descolados, veganos e afins... Se quisessem mesmo prender traficantes, era super fácil fazer uma investigação, seguir esses "vendedores", encontrar os distribuidores e chegar nos chefões do tráfico,  como sabemos sempre tem gente da política no meio, vide casos do helicóptero do Perrella/Aécio Neves e do avião da presidência no Governo Bolsonaro. Talvez por esse motivo a polícia não investigue de fato, e prefira entrar atirando  nas favelas,  mirando principalmente nos pretos, afinal jamais fazem isso com os playba dos Jardins, do Alto de Pinheiros ou do Morumbi. Ah, porém em Paraisópolis eles se sentem a vontade pra entrar atirando, como fizeram em 2019, no Baile da DZ7. Matando 9 jovens. Esta Necropolítica não acontece somente em São Paulo, é no Brasil inteiro que ela impera, por isso precisamos "resetar" esse Brasil e começar de novo.

Esta breve reflexão a respeito da necropolítica vigente em nossa triste nação, é para indicar uma peça de teatro comunitário, representada pelo Grupo Estopô Balaio, "Reset Brasil". O título em inglês pode desagradar os puristas da língua portuguesa,  mas não esqueçamos que essa língua que falamos, é a língua do colonizador que invadiu e dizimou os povos originários, os verdadeiros donos dessas terras, e ainda escravizou, torturou e matou os africanos. 

Este Brasil em que vivemos foi construído em cima da política da morte, e isto nunca mudou em 523 anos, desde a invasão, por mais que tenhamos leis, ou na história recente: “governos populares”, quem manda no País é o capital. Baixar os juros?  Não!  Aumentar salário dos trabalhadores?  Não!  Desse jeito os pobres vão voltar a comprar carros e viajar para a Disney ou Paris, sabemos como pensa a classe média endinheirada brasileira,  que se acha da elite, não aceita sentar no avião,  na classe econômica, ao lado da empregada,  seja num voo doméstico ou pior ainda se for internacional, aí eles piram. E também não querem pagar direitos trabalhistas, por conta da herança escravagista, então eles se dizem, sem medo ou vergonha,  conservadores! Conservadores de quê?  De privilégios, intolerância,  preconceitos, etc... Isto sem falar na religião, que daria, no mínimo, mais umas três laudas,  sendo bem sucinto. 

Todas estas divagações cabem na reflexão da peça Reset Brasil, daí a importância deste trabalho que eles estão fazendo.  O Grupo Estopô Balaio é acompanhado por um ensemble de músicos e um coro de doze crianças,  que emprestam todo seu talento e vivências para encenação,  eles claramente sabem do que estão falando,  pois vivem desde o nascimento todas as agruras provocadas pela necropolítica que, ao que parece,  tende a piorar com esse novo Governador de São Paulo. 

Entendo que a onda direitista que assola o sul, sudeste e centro-oeste brasileiros é o maior impedimento para “resetar” o Brasil,  não é fácil encontrar caminhos para termos uma nação justa e inclusiva, quando temos milhões de brasileiros passando fome, em situação rua, se amontoando em comunidades sem saneamento básico, sem direito à saúde,  e principalmente com uma política asquerosa acabando com a educação pública,  pois é o que estão fazendo. O último presidente, Bolsonaro, além de diminuir os repasses para a educação e zerar as verbas de pesquisa, nos quatro anos de seu desgoverno não aumentou a verba para a merenda escolar. Como se não bastasse ainda temos o Congresso Nacional e diversos governadores de estados trabalhando na mesma direção,  para diminuir a qualidade do ensino público, assim fica muito difícil termos um Brasil melhor. Antes de "resetar" o Brasil será necessário apagar o que está salvo na nuvem do negacionismo e da exclusão. 

Enquanto isto, o que nos move é a utopia! Acompanhem o trabalho desse necessário grupo de teatro, vejam com bons olhos o empenho e a necessidade que eles tem de falar e principalmente serem ouvidos.  A peça  pode até  ter alguns problemas na dramaturgia, que é um tanto quanto repetitiva e em alguns momentos truncada. Poderiam ter explorado mais a geografia e a paisagem da comunidade, o texto poderia ser mais poético, como na peça “A Cidade dos Rios Invisíveis”, que era encenada no mesmo formato,  com performance no trem até  o Jardim Romano, onde a peça continuava pelas ruas do bairro. Em “Reset Brasil” tomamos o trem na estação Brás da CPTM, somos engolidos pela grande cobra, que nos regurgita na Estação São Miguel Paulista,  onde somos conduzidos, pelos atores, nas vielas da comunidade Jardim Lapena. Solamente digo: vale la pena! À propósito,  a peça Reset Brasil faz parte da Trilogia Amnésia, que inclui Reset Nordeste, apresentada online durante a pandemia, e que o Coletivo promete fazer uma temporada presencial e Reset América Latina que está em fase de pesquisa.

A peça tem quatro horas de duração, e já  está  na terceira temporada,  agora pelo Sesc Belenzinho, no Projeto Teatro Fora da Caixa, quintas e sábados,  com início às  15 horas na Estação Brás da CPTM.  É grátis,  mas precisa fazer reserva pela plataforma do Sesc SP, por conta do equipamento de áudio, necessário para participar da primeira parte da encenação. 

Maiores informações no site do coletivo: https://coletivoestopobalaio.com.br




quarta-feira, 19 de junho de 2019

Desabafo

Meu irmão Fabiano D'Ávila recebeu recentemente diagnóstico de câncer, fez cirurgia retirou um rim, passou por sessões de rádio terapia, e quando tudo parecia que iria ficar bem, descobre uma segunda complicação, passou para a coluna. Há uma grande chance de continuar vivendo e se recuperar, com uma medicação de uso continuo e de alto custo, aproximadamente R$10.000,00 por mês, que o médico prescreveu, mas se recusa a assinar a receita temendo a perda de seu emprego. Visto que o governo brasileiro não pretende mais fornecer gratuitamente esse tipo de medicamento. Estamos tentando resolver a situação via Defensoria Pública.
Está tudo muito difícil, não sei o que pensar, estou buscando forças para continuar, não encontro esteio, nem na família. É tudo tão inseguro, tão frágil. Eu sei que estou lutando contra um sistema horroroso, que está ficando cada vez pior. E isso se reflete nas relações humanas. É uma pena que nem sempre seja possível encontrar a compreensão sobre o grande mal que nos corrompe e nos destrói.
Viver não é uma tarefa fácil, todos os dias se aprende um pouquinho.
Continuaremos na luta Fabiano!
Espero realmente que as pessoas se deem conta da importância das relações familiares, o respeito que queremos para nós, deve ser o respeito que oferecemos.
Não discuto política, eu sou um ser político, preciso lembrar todos os dias de onde eu vim, de tudo que eu passei na vida, e pelo que estou atravessando agora com meu irmão e familiares.
Ter a consciência do porque meu irmão não recebe a medicação de alto custo que  precisa, que antes era disponibilizada na rede SUS e que a partir desse ano deixou de ser, não é discutir política, é tão somente denunciar uma barbaridade, uma violência e uma completa desumanidade que estamos sofrendo. Não é só meu irmão Fabiano, são milhares de pacientes na mesma situação.
Não peço nada, não quero nada, além da cura dele.
Não estou aqui para julgar ninguém e muito menos para ser julgado.
Apenas rebato com veemência a defesa do indefensável.
Para meus familiares deixo aqui uma reflexão:
Trechos do livro
            "O Arroz de Palma",
          de Francisco Azevedo.
"Família é prato difícil de preparar.
São muitos ingredientes.
Reunir todos é um problema...
Não é para qualquer um.
Os truques, os segredos, o imprevisível.
Às vezes, dá até vontade de desistir...
Família é prato que emociona.
E a gente chora mesmo.
De alegria, de raiva ou de tristeza.
O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita.
Bobagem!
Tudo ilusão!
Família é afinidade, é à Moda da Casa.
E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces.
Outras, meio amargas.
Outras apimentadíssimas.
Há também as que não têm gosto de nada, seria assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha.
Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo.
Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.
Enfim, receita de família não se copia, se inventa.
A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia.
Muita coisa se perde na lembrança.
Aproveite ao máximo.
Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete!"
Ainda quero muito curtir a vida com o meu querido irmão, estou fazendo de tudo para que ele consiga o tratamento que lhe É DE DIREITO e ele melhore, as chances são enormes, ele só precisa da medicação.
Quem me conhece sabe, sou esse turbilhão todo de emoções, meu coração é gigante e sempre tem espaço para todos!  ❤️
Por favor, elevem suas orações para meu querido irmão.
Fabiano eu te amo!

Meditando

Estou cansado dos hipócritas!
Manjo de longe quem vem com discursinho fake.
Sabe gente que fala, mas não faz? Fala só pra mentir pra si mesmo que fez? Mas no fundo não fez e realmente não sente a menor vontade de fazer...
Preguiiiiiiiça...

domingo, 25 de setembro de 2016

Descubra o Brasil



Olá! Bom dia, gostaria de indicar um espetáculo muito bom e GRÁTIS, que conta de forma divertida e irreverente, a História do Brasil.
[TRAM(A)NTROPOFÁGICA] está dividido em três partes:
ESTAÇÃO PARAÍSO - TERROR E MISÉRIA NO NOVO MUNDO - PARTE I, aos sábados às 18h. ENTRE A COROA E O VAMPIRO - TERROR E MISÉRIA NO NOVO MUNDO - PARTE II, aos sábados às 20h. É interessante assistir na sequência, para facilitar o entendimento, aos domingos ás 19h. é apresentada a terceira parte da saga AUTÓPSIA DA REPÚBLICA - TEROR E MISÉRIA NO NOVO MUNDO - PARTE III.
Uma grande produção com aproximadamente 30 artistas, entre atores e músicos.
O projeto é da Cia Antropofágica, que foi premiada com a Lei do Fomento da Cidade de São Paulo e nos mostra como é possível devolver o investimento público em cultura, de forma democrática, facilitando o acesso de TODXS, ao contrário das super produções milionárias, que embolsam a grana dos subsídios e ainda cobram ingressos caríssimos.
As peças estão em cartaz na Sede da Cia Antropofágica, Rua Turiassú, 481, subindo as escadas, lá no fim do corredor.. Descubram o Brasil! Já vos dei o caminho das Índias...

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

OS PETRALHAS VÂNDALOS


Deborah Fabri ferida no olho esquerdo durante ato contra o governo Temer em São Paulo (Foto: Mel Coelho /Mamana Foto Coletivo)
Queridos eu estou com a marca e sentindo a dor da violência da PM de São Paulo. Tomei uma pancada de um PM, que me agrediu do nada, a cacetada só não atingiu a minha cabeça e o meu rosto, porque eu me defendi com o braço, qual foi o meu crime? Segurar um cartaz com os seguintes dizeres: "Não ao Golpe e Fora Temer".

Saímos da Avenida Paulista e a manifestação foi engrossando, já tinha aproximadamente 100 mil pessoas na Avenida da Consolação, todo um lado da avenida estava tomado, gritando palavras de ordem contra o golpe, e contra o Temer, estava lindo o ato.

Observei que a história se repete, assim como na Revolta do 0,20 Centavos de 2013, estava tudo muito bem organizado e escancarado pra quem quisesse ver, eu já imaginava que iria acabar dessa forma, mesmo assim resolvi ficar, literalmente paguei pra ver. Os Black Blocs caminhavam paralelemente à manifestação, na Avenida Consolação, aproximadamente uma dezena de jovens, alguns adolescentes, queimando lixo e interrompendo o trânsito do outro lado da via, nas barbas da PM, nas barbas mesmo, e eles não faziam nada, vocês que estavam lá, sabem que foi assim, mas isso parece fazer parte da estratégia, pois se a PM quisesse, prendia os vândalos.

A PM é despreparada? Não! Eles sabem muito bem o que estão fazendo, as ordens eram essas, eles aguardavam o momento certo de agir.

Ao que tudo indica, supostamente, os Black Blocs agem em parceria com a PM. Eu vi! Ninguém me disse e nem estou inventando! Eu vi os Black Blocs fazendo fogueiras nas barbas de um grupo de 20 PMs, que fingiam não ver nada.

Parecia estar tudo muito bem programado, depois de um tempo a PM começa a tocar o horror, jogando bombas na direção das pessoas que se manifestam pacificamente, e então, obviamente, a confusão é generalizada, corre-corre, quebra-quebra, as pessoas colocam suas raivas para fora, nessa coletividade burra.

Muitos, assim como eu, saíram machucados, o motorista de um carro de luxo, uma BMW, atropelou propositalmente os manifestantes, no cruzamento da Avenida Duque de Caxias com a Barão de Campinas, vi o vídeo, é estarrecedor, a pancada e uma menina levantada para o alto, o motorista foge em alta velocidade, sem prestar socorro. É isso que queremos? Claro que não!

O terror se espalhou pelo centro da cidade, continuei observando, agora de longe e me preservando, os pequenos motins formados, nessa guerrilha urbana. Passei pela Rua Maria Antônia e recebi olhares de reprovação das bundinhas, filhinhas de papai, algumas me olhavam com pavor, pois o tempo todo eu ostentei o meu cartaz, que, ali, parecia ter o efeito de uma arma. Soube também, que alguns estudantes do Mackenzie, organizaram uma manifestação contrária, em cima do muro da Faculdade, quando eu passei duas meninas posicionavam suas lindas câmeras Cannon, do lado de dentro das grades, para registrar as suas “traquinagens”, dizem que, xingaram os manifestantes de "petistas ladrões", os quais responderam com "playboys" e "golpistas". Parece que alguém jogou uma pedra, que teria atingido em cheio o rosto de um estudante, nem sei se era um dos manifestantes "destros", ou se foi alguém, que não tinha nada a ver com o embate, ou se foi mesmo uma pedra, pois a PM também disparou balas de borracha, mas isso pouco importa. O que importa é saber onde vamos chegar com tudo isso? O que fazer? Que atitudes devemos tomar?

Precisamos entender o que acontece, para não cairmos na armadilha do golpista Geraldo Alckmin. Os Black Blocs, notoriamente, são financiados pela extrema direita, através de um grupo intitulado Anonymous. Um jornalista da Época, em uma reportagem corajosa, passou um final de semana com eles, no ano de 2013, quando eles surgiram no Brasil. Eles recebem treinamento de guerrilha, em um sítio, à 50 km de São Paulo. Informem-se, antes de me acusar de teoria da conspiração. Eles recrutam jovens revoltados, com pouca ou nenhuma perspectiva na vida.

O intuito dessa instituição, Anonymous, é esculhambar os levantes da esquerda no mundo, enfraquecer, e dessa forma acabar com as organizações e partidos ditos vermelhos. Além de afastar a maior parte das pessoas que estão ali pelo seu ideal e não querem saber de violência, eles ainda formam a opinião pública, OS PETRALHAS VÂNDALOS, um prato cheio para a impren"ç"a sensacionalista e golpista.

Não podemos aceitar Black Blocs nas manifestações, ou corremos o risco de acabar com o nosso levante, que foi genuinamente popular, vi que tinha alguns grupos de estudantes organizados, e movimentos feministas, mas a grande massa foi de pessoas que se aproximaram para somar indignação, com mais essa página infeliz da nossa história.

Imagem única - reproduzida à partir da postagem da Mídia Ninja no facebook





 

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Ensinando história em 2036

02/05/2036 - Aula de História, de um velho professor terceirizado, em um Colégio Estadual Privatizado.
7 horas da manhã, o professor entra alegre e assoviando.
- Boooom dia garotada!
Os alunos, ainda com sono, estranham a motivação do professor.
- Ô tio, o que aconteceu pra você tá assim, todo ligadão, logo cedo? Deu um tirinho? Tomou uma cafungada?
A turma ri.
- Tomei algumas decisões importantes Morécio, a primeira delas foi parar de tomar os meus antidepressivos, desde ontem, e por incrível que pareça, eu estou ótimo! Como passaram o feriado? (Os rostos sonolentos dos alunos, após a pergunta, carregaram uma expressão generalizada de tédio ao lembrarem-se do dia anterior, alguns resmungaram) Vocês sabiam que antigamente, quando as escolas eram públicas, jamais estaríamos aqui em uma sala de aula, numa sexta-feira, após um feriado do dia do trabalho? Geralmente emendávamos. No início do ano, já estudávamos o calendário do ano inteiro, tanto para programar o ano letivo, quanto para programar o que faríamos nos feriados prolongados, a maioria dos professores e alunos viajavam para a praia, para o interior, para outros estados e até para o exterior.
- É sério isso Fessô?
- Sim Tiriricleide, era muito comum irmos de avião, passar um feriado em Buenos Aires ou Montevideo, por exemplo.
- Com salário de professor? Conta outra!
- É verdade Renanzinho, você pode ver as minhas fotos no Facebook, tenho muitas fotos das minhas viagens.
- Você ainda tem Face Fessô? O senhor é mó jurássico hein! Não vá me dizer que o senhor também tinha aquele tal de Snapchat? Eu vi uns vídeo daqueles, na rede das antiga mano, é mó tosco! O lance agora é tridimensional, é Universal Holografic Fessô! Você fala com o seu amigo, como se ele estivesse materializado ali na sua frente. O tio ainda tá no tempo do estático facebook?
- Pois é Dorinho, o velhinho aqui não consegue acompanhar toda essa tecnologia. Bom voltando à vaca fria...
- Pô vaca fria tio? O tio fala umas gíria mó antiga, mó engraçada, vaca fria, ó o cara!
- É uma expressão popular Jairzinho, antiga sim, e significa retomar o assunto anterior. Nesses tempos áureos em que pessoas modestas podiam viajar, eu trabalhava em uma escola da prefeitura, recebíamos nossos salários direto da municipalidade, não era o ideal, mas equivalia a quase quatro salários mínimos. Éramos felizes e não sabíamos. É bem verdade, que os professores do Estado já estavam com seus salários bem defasados, e recebiam a metade disso, por conta de uma má gestão, de mais de vinte anos, deste mesmo governo que ainda está no poder.
Duas alunas cochicham e uma delas fala:
- Fessô, você pode falar essas coisas na aula? Estamos estranhando a sua atitude tio... Isso daí que você tá falando, envolve politica né?
- Sim Janaína, e isso também tem a ver com as decisões importantes que eu tomei, se você quiser se retirar da aula e me denunciar agora, para Associação de Pais e Mestres da Escola sem Partido, fique à vontade. Vá lá receber o seu prêmio, pela minha cabeça. Ou se preferir, após a aula pegue a guia de pareceres e denúncias anônimas, com a presidente da turma, a sua colega Fransônia, preencha e deposite na urna da diretoria.
Janaína e sua colega ficaram imóveis com a inusitada e corajosa resposta do professor.
- Meu pai falô, que era mó da hora passá os feriadão no Suarão, e ele disse que todo final de semana fazia churrasco ca família. Otras época né Fessô?
- É Luiz, outras épocas. Os mais pobres não precisavam pagar escolas e nem faculdades, chegamos a ter até alguns programas de inclusão nas universidades, como sistemas de cotas raciais e financiamentos públicos, além de uma enorme ampliação do sistema universitário público, nos finais da primeira década e início da segunda década desse século, haviam sido criados mais de 200 novos campus universitários públicos pelo interior de todo o Brasil, que hoje estão sucateados e esquecidos, muitos fechados, abandonados ou invadidos, por conta do famoso congelamento das verbas destinadas à educação e à saúde. E os governos Lula e Dilma ainda recebem a culpa de terem construído universidades, onde “não precisava”. Tinha merenda fornecida de graça nas escolas, nada desses “Kantina Ticket” que vocês têm de pagar antecipado mensalmente, e só trazia marmita, quem preferia ou precisava de uma refeição especial. Se bem que, a corrupção não é de hoje, e muitas vezes o dinheiro da merenda e da educação também sumia, pelo meio do caminho, da mesma forma que acontece agora, com os subsídios públicos repassados para as escolas privatizadas. Bem, estamos estudando a República e na última aula, paramos no Governo Dilma, no golpe de 2016, não é mesmo?
- Fessô, aqui no livro tá escrito: "Revolução Parlamentar e Ética Contra a Corrupção de 2016", e que os comunistas insistiram em chamar de golpe.
- Geraldinho, esquece o que está escrito aí, eu estava lá e posso te assegurar que não foi dessa forma, na época eles armaram a maior e mais bestial farsa, jurídica, parlamentar e midiática, jamais vista na face da terra, até então. Nem o Spielberg conseguiria inventar um roteiro tão mirabolante, como o Golpe de 2016 do Brasil, eles foram geniais. A mídia era tão forte e tão bem feita, que eu mesmo, muitas vezes duvidei de ser golpe. A Dilma foi julgada por um congresso e um senado de políticos corruptos, que compraram o judiciário com um aumento salarial de 41%, inventaram um crime, forjaram provas, testemunhos, delações premiadas, sim já naquela época premiavam os políticos corruptos, para que fizessem delações, da mesma forma como vocês são premiados por delatarem os professores que emitirem opiniões contrárias, ao que ficou estabelecido, após o golpe. Privatizaram tudo, até a água que nós bebemos, hoje pertence à Coca-Cola, antes era um bem público, nossas riquezas se esvaíram, nossas reservas de petróleo do pré-sal foram entregues de mão beijada para o capital externo, pelo José Serra, um entreguista e traidor da Nação, que hoje é venerado, por seus asseclas e virou até nome de avenida. Inventaram essa tal de escola sem partido, excluindo o senso crítico de vocês, impedindo-os de pensar e ter as próprias opiniões, transformando-os em fiscais e dedos duros num sistema nojento de ensino. Eu estou com 73 anos, já não aguento mais, ainda faltam dois anos para que eu me aposente, não sei se eu chego até lá. Antes do golpe de 2016, nos aposentávamos por tempo de serviço, recebíamos pelas horas extras, tínhamos salários durante as férias, os trabalhadores recebiam adicional noturno, a jornada de trabalho era de no máximo 8 horas diárias e não 12 horas, os professores tinham plano de carreira, e progressão continuada de salários, até usufruíamos de tratamento no hospital do servidor público. Hoje temos esse plano de saúde dito popular, que é privado e mequetrefe, vem obrigatoriamente descontado em folha, pagamos para não termos atendimento quando mais precisamos. E nem erámos terceirizados, como agora somos, por essas empresas dos amiguinhos e familiares dos governistas golpistas, que ficam com mais da metade do nosso salário. Portanto, decidi dar-lhes hoje a aula que eu sempre sonhei, sem medo.
Os alunos observavam atônitos, estavam vidrados, nunca se fez um silêncio tão profundo nas aulas do velho professor, como naquele dia...






sábado, 30 de julho de 2016

Posso dar uma de Alice?

Bom dia! Posso dar uma de Alice? Será que com a escola sem partido, o Alckmin irá suspender as assinaturas da Veja, Época, Estadão e Folha de São Paulo, PAGAS COM O DINHEIRO DA EDUCAÇÃO? ( R$ 3.375.669,96 tá no portal da transparência - 2016) Três milhões dá para comprar bastante merenda, não é Dona Lebre? Além do mais, as crianças não seriam mais impregnadas com certas ideologias...
“Tome um pouco mais de chá”, disse a Lebre de Março para Alice, com a maior seriedade.
“Mas eu ainda não tomei nenhum”, replicou Alice, ofendida, “como posso tomar mais?”
“Você quer dizer que não pode tomar menos”, disse o Chapeleiro. “É bem mais fácil tomar mais do que nada.”
“Ninguém pediu a sua opinião”, disse Alice. "Tenho mais uma pergunta Dona Lebre: o Brasil é realmente o País das Maravilhas?"
"Shhhhhhh... Silêncio!" Ordenou severamente o Chapeleiro.

Arnaldo D'ávila & Lewis Carroll

domingo, 24 de julho de 2016

EU QUERIA TER UMA BOMBA, UM FLIT PARALIZANTE QUALQUER...


Olá, boa tarde a todas e todos... Desejo um excelente domingo e uma ótima semana, apesar de eu estar como na música do Cazuza:

"Eu queria ter uma bomba

Um flit paralisante qualquer

Pra poder me livrar

Do prático efeito

Das tuas frases feitas"

Estou farto desses discursos enjoados, mentirosos e padronizados de pessoas que não conseguem formalizar um argumento sequer, a não ser, repetir como papagaios as mesmas frases prontas. Apenas atacam com ódio gratuito aos mais pobres, que evoluíram e se instruíram nos últimos anos.

Ódio aos pobres que conquistaram milhares de bolsas de estudo no exterior, o que antes era privilégio apenas dos abonados. Milhares e milhares de jovens e até terceira idade, pessoas que NUNCA tiveram a oportunidade de um ensino superior, hoje concretizam seus sonhos.

Vocês odeiam os programas sociais que colocam comida na mesa dos pobres.

Vocês desdenham do PAC, que fez chegar crescimento, nos mais longínquos rincões do nosso amado Brasil. Sim eu posso dizer que amo o Brasil e somente quem quer ver todos os Cidadãos Brasileiros bem,  pode dizer isso, pois então não é amor ao País, é amor aos seus privilégios, em relação ao outro e aí você não passa de um egoísta hipócrita.

Vocês não suportam, ter de pagar direitos e assinar a carteira de trabalho para os empregados domésticos.

Vocês odeiam que um pobre, ouse se expressar e escrever até melhor que vocês e ainda por cima, lute por seus direitos de igual para igual.

Aí vocês condensam esse ódio, como ódio ao PT, como se o PT fosse o culpado de toda a corrupção da face da terra. Não defendo o PT e nem sou petista, e quero que TODOS que cometeram crimes, sejam punidos. A corrupção está em todos os grandes partidos, PSDB, DEM e principalmente no PMDB que desde a redemocratização, suga as tetas da República. O cabra tem que ter uma séria limitação de inteligência, para achar que a culpa é de um único partido.

Vocês acham que o salário mínimo está muito alto, dessa forma, qualquer um pode comprar uma passagem de avião financiada, ou até à vista com um terço das férias, e então vocês vão ter que sentir o nosso perfume da Jequiti ou pior a empregada doméstica, pode ter se dado ao luxo de comprar um Chanel nº 5, na sua última viagem ao exterior, aí vocês querem a morte.

Eu sei que o vosso objetivo principal é acabar com tudo isso, VOCÊS NÃO SUPORTAM, NOS VER TÃO FELIZES, VOCÊS NÃO ESTÃO NEM UM POUCO PREOCUPADOS COM A CORRUPÇÃO! Se estivessem, não aceitariam esse governo golpista e ilegítimo que usurpou o poder de forma sórdida.

Vocês não se importam, que seja forjado um crime contra uma mulher inocente, e ela seja impedida de governar TAMBÉM para os menos favorecidos. Legitimando dessa forma espúria a falsa supremacia do vosso VOTO MINORITÁRIO.

Vocês se lixam para a democracia.

Vocês não passam de machistas, porcos chauvinistas, que em nome de um falso patriotismo, destilam seu ódio fundamentado na ignorância.

Confesso que está bem difícil.


 

 

sexta-feira, 22 de julho de 2016

O ESPECTADOR CONDENADO À MORTE







Ontem assisti a peça O ESPECTADOR CONDENADO À MORTE de Matéi Visniec, adivinhem quem foi o espectador? Ainda bem, que ainda estou vivo para contar-lhes, não é? 



Rony Álvares e André Camargo
Receita para um bom espetáculo.

Primeiramente: FORA TEMER

Segundo: Um bom texto. Nesse caso acertaram em cheio, a escolha dessa peça do autor romeno, foi do caralho. Principalmente pelas semelhanças com o que está acontecendo no Brasil de hoje, onde uma presidente, que não cometeu nenhum crime, é julgada por congresso de bandidos, um judiciário acovardado e supostamente vendido (41% de aumento salarial) e um Senado comandado, por políticos comprovadamente corruptos a começar pelo derrotado e inconformado Aécio Neves. Aqui temos um ótimo ingrediente para o teatro absurdo.
Terceiro: Bons atores, bem preparados e com o physique du role adequado as personagens. Nesse quesito, somente um dos atores não está totalmente encaixado, o ator Rony Álvares que interpreta o Juiz, me pareceu muito novo para o papel, ele também precisa cuidar um pouco mais das nuances da interpretação, é um bom ator, vai ganhar isso na medida em que adquirir experiência. De repente, uma caracterização possa ajudá-lo a resolver o problema e encontrar o caminho da personagem. Talvez, eu seja um tanto quanto exigente, e esses aspectos nem sejam notados pela maioria dos espectadores. E por se tratar de um grupo de jovens atores, isso pode acontecer facilmente na distribuição dos papéis e algum dos atores não ficar com a personagem mais adequada ao seu perfil.
Quarto: Uma direção que respeite o texto e contribua para tirar do papel de maneira criativa, o que o autor escreveu. O próprio texto do Visniec propõe essa reflexão, onde um dos personagens é o autor, o qual entra em cena em farrapos, apanhando dos atores.
Quinto: Dinheiro, para fazer uma produção digna. A Cia Teatro da Dispersão viabilizou o espetáculo através de financiamento coletivo no Catarse, e estão de parabéns também pela bela produção. Detalhe: como eles não têm assessoria de imprensa e nem um produtor, eles próprios cuidam de todos os detalhes de divulgação e também se encarregam da produção executiva.
Na minha opinião, eles conseguiram atingir todos os objetivos.
A personagem Hilda (Drica Czech) questiona o acusado, quase levei uma sapatada. (risos)


O texto foi escrito em 1985, tendo como pano de fundo a ditadura comunista da Romênia, comandada por Nicolae Ceaușescu. Por ironia do destino o ditador foi julgado e condenado à morte em 1989, por um tribunal militar. A primeira encenação se deu somente em 1992, no Teatro Nacional Vasile Alecsandri de Iassy e dirigida por Irina Popescu-Boieru. A Cia Second Oeuvre o estreou na França, 1998 no Festival off de Avignon.
A peça é uma ode à democracia e totalmente contra a anestesia, tanto a anestesia moral,  quanto a anestesia de valores. Não gosto de contar cenas da peça, ainda mais o final, mas não consigo deixar de falar da cena em que entra o Mendigo Cego, um brilhante achado da encenação, foi estender tapete vermelho para essa personagem passar, o que nos remete a uma leitura de que ela é própria democracia, estropiada, judiada, suja, abandonada...
A direção competente é de Thiago Ledier, que imprimiu leveza na condução do espetáculo, priorizando o humor, principalmente em relação ao espectador escolhido para ser achincalhado, tudo é feito com muito respeito e graça, apesar do texto ser bem forte. É um belo chacoalhão na plateia, muitas vezes ficamos como espectadores anestesiados, sem reação nenhuma, somente observando o que esses políticos fazem conosco, como: tentar calar a cultura, suprimir direitos do trabalhador, dificultar a aposentadoria, cortar benefícios sociais, calar os estudantes...
O jovem e excelente elenco está bem afinado, e é formado por: André Camargo, Cadu Batanero, Caio Balthazar, Drica Czech, Guilherme Iervolino, Patrícia Vieira Costa, Raphael Nespule, Rony Alves e Vanessa Rodrigues.

A cenografia, os figurinos e a composição das personagens lembram o universo Rodriguiano. A cenografia reproduz a sala de um tribunal, que mais parece uma repartição pública, onde os processos se amontoam e a iluminação simples complementa e ajuda a formar os climas da encenação, ambas são assinadas por César Bento. Os figurinos foram concebidos pelo, também ator, Guilherme Iervolino. A trilha é bem discreta e funcional, foi elaborada por Marcus Couto Brasil.
Temos, portanto, um bom espetáculo, da série, imperdível.
Curiosidade: Na apresentação de ontem estava na plateia o ex-senador Eduardo Suplicy.
 
Serviço:
Espectador Condenado à Morte - Cia. Teatro da Dispersão
Viga Espaço Cênico
Rua Capote Valente, 1323 - Pinheiros
Estação Sumaré (Metrô - Linha 2 Verde)
Quartas e Quintas às 21:00
Até 25 de agosto



Caio Balthazar, André Camargo, Rony Álvares e Cadu Batanero (sentado)

Caio Balthazar, Guilherme Iervolino, Rony Álvares e  André Camargo

 
 



sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Leis de incentivo

Quem tem R$ 100.00 para pagar em um ingresso de uma peça de teatro? Ok... Alguns privilegiados, não tem nenhuma dificuldade, pagam até R$ 220,00, ou mais, para assistir a versão brasileira de um musical da Brodway. Até ai tudo bem, se a pessoa pode pagar, o dinheiro é dela, ela investe da maneira que lhe for conveniente.

Agora, e quando esses espetáculos estão totalmente pagos, através das leis de incentivo, com a sua grana? Isso mesmo, verba pública. Você ainda concorda com essa cobrança exorbitante? Não sou contra a “lei de incentivo” e nem estou entrando no mérito de “ser ou não ser” uma arte genuinamente brasileira, até por que entendo que o apoio deve ser plural. O que eu não concordo é com o sistema da lei, que privilegia, em sua quase totalidade, personalidades da mídia ou artistas com amizades nas grandes empresas (que detém o poder de quais espetáculos serão patrocinados), alguns até parentes, o que é proibido (usam produtores laranjas) e nesses casos a corrupção é ainda maior.

Simone no show  "É Melhor Ser"
Penso que o ingresso, desses espetáculos 100% incentivados pelo Ministério da Cultura, deveria ser gratuito ou ter um preço simbólico, como no caso da turnê do show “É Melhor Ser”, que comemora os 40 anos de carreira da cantora Simone, e está excursionando por 20 cidades brasileiras, com ingressos a R$ 1,00, exatamente, um real, - e tem gente que exige meia entrada - diverte-se a cantora.  Ela nem precisava cobrar tão barato, até porque o patrocínio de música popular, pela lei Roanet (art. 26), é parcial (de 30% a 80%), diferentemente do teatro (art. 18) que é 100% patrocinado através da lei de incentivo.



Tarcísio Meira em "O Camareiro"
Vamos dar nomes aos bois: A peça que está cobrando R$ 100,00 pelo ingresso é “O Camareiro” com Tarcísio Meira, eles tiveram aprovados pelo Ministério da Cultura R$ 1.418.766,00. A produção disponibiliza ingressos por R$ 50,00, para que possam, eventualmente, ser adquiridos com o vale cultura, e mais uma vez o dinheiro publico é subjugado e usurpado, pois esses assentos tem a visão prejudicada, estou falando especificamente do Teatro Porto Seguro, onde a peça está em cartaz. O espetáculo que cobra R$ 220,00, e segue a mesma politica, com ingressos mais baratos, nas últimas fileiras, por R$ 40,00 é o musical da Brodway “Mudança de Hábito”, que teve aprovado pelo Ministério da Cultura R$ 14.323.840,14, isso mesmo, 14 milhões. E estes são apenas dois exemplos.

O musical "Mudança de Hábito"
É claro que temos exceções e muitos produtores sérios usam com lisura o dinheiro do povo. Oferecendo eventos com entrada franca, ingressos baratinhos ou simbólicos, já que está tudo pago.


“Estatizaram o teatro, compreende? Nos Estados Unidos, é capitalismo, espetáculo tem acionista. Não tem governo que protege e manda cobrar baratinho.” Fernanda Montenegro – Atriz


Fernanda Montenegro em Viver Sem Tempos Mortos
Admiro por demais o trabalho da grande dama do teatro brasileiro, Fernanda Montenegro, mas essa sua visão elitista da arte, me revolta o estômago. Não estamos nos Estados Unidos Fernandona! Aqui é Brasil, um País de contrastes, e como a senhora mesmo disse, em entrevista ao site Glamurama, da UOL, ‘é o dinheiro do povo’. Mas a Senhora é livre para procurar os acionistas que bem lhe aprouverem para investir em suas peças. Porém, se for usar o dinheiro do povo, tem que ser para todos e não somente para a elite.

Fernanda Montenegro também afirma que seria melhor que esse dinheiro fosse diretamente para o Fundo de Cultura e nesse aspecto eu concordo com ela, talvez assim, outros artistas, que não somente os da mídia televisiva, também se beneficiassem do incentivo.




Alguns colegas da classe artística (curiosamente, os que se beneficiam) acham que estamos errados em questionar... Nós os excluídos, que questionamos, somos chamados de frustrados. E estamos frustrados mesmo, pois é realmente frustrante observar essa pouca vergonha, onde somente alguns privilegiados conseguem os patrocínios e outros artistas com um trabalho, tão bom quanto, ou até melhor, são excluídos.

A fonte utilizada para os valores citados e aprovados na lei Roanet, foi o portal da transparência, da Nova Salic e as fotos são de divulgação dos espetáculos dos artistas citados. 

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Se raciocinassem...


O povo faz o que a mídia quer, total massa de manobra: "Agora revoltem-se contra o aumento dos vinte centavos na passagem de ônibus!" Vai todo mundo para as ruas, invadem o congresso, uma maravilha, aquela euforia toda, a passagem não sobe, aquele gosto da vitória estampado nas redes sociais. Alguns meses depois a passagem sobe em cinquenta centavos, a mídia não fala nada. E povo fica anestesiado com aquela cara de cu. Se raciocinassem...

sábado, 24 de outubro de 2015

Um show de prêmios e delações!


Antes tínhamos 'presos políticos', pessoas que lutavam por um ideal de liberdade. Agora temos 'políticos presos' por roubo e corrupção.
Antes torturavam os 'presos políticos', para que eles delatassem seus camaradas, que também lutavam por liberdade. Agora temos liberdade e PREMIAM os 'políticos presos' (ladrões e corruptos) para delatarem. 
Dá para confiar no que um "bandido premiado" diz?
E o que dizer de um Estado que, permite premiar um governador por, "boa gestão dos recursos hídricos", num momento em que a população está sem água na torneira?
Há algo de podre no Reino da Dinamarca!

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Estamos perdidos!


Olá fofuchos!

Eu passei da fase de me irritar com as pessoas, estou evitando discutir. Mas se for preciso eu mando à merda! Bem cansado viiiiiisse!

Cansei de acreditar em políticos, sei que tem gente boa, no meio, mas está tudo corrompido, e doente. Nossa politica é toda feita em cima de mentiras e salvadores da Pátria.

Porém, não vou deixar de mostrar a verdade nua e crua, que alguns fófis, insistem em não querer enxergar!

Nunca fiz campanha para ninguém. Não sou cabo eleitoral de nenhum partido ou político. Os meus únicos atos políticos são me manifestar constantemente contra políticos que são comprovadamente corruptos, fascistas e ou fundamentalistas. E, às vezes, manifesto meu voto.

Ultimamente tenho votado no "menos pior" para os piores não ganharem. Já votei no Alckmin pro Genoíno passar bem longe daqui. Já votei no Serra, achando que ele seria melhor que a Marta e o resultado foi catastrófico, a única coisa que ele fez foi assinar um compromisso em cartório dizendo que ele não abandonaria a Prefeitura, e o que ele fez? Provou que é outro mentiroso, só que, com firma reconhecida. Minha decepção, com ele, se completou com sua declaração vangloriosa, à respeito de sua proeza, ao atrapalhar a construção do Trem Bala, para a copa do mundo. Votei no Lula, que fez muita coisa boa, porém também me confesso decepcionado, por ele ser conivente com a cúpula corrupta de seu partido. Já pensei em anular o meu voto, mas acabei votando na Dilma e votaria novamente, só para o Aécio Never​ chorar outra vez. Esse cara não presta, e ainda tem gente que não quer enxergar. 

Agora temos essa crise mundial, começando a nos afetar e alimentada pelos industriais e banqueiros. Os banqueiros eu até entendo, são os que mais lucram, mas os industriais? Será que eles não percebem que alimentando a crise é pior pra eles? Enfim... E por fim, essa manobra de golpe, à vista, afff! 

Eu tento, como uma formiguinha, encontrar alguns caminhos, mas a grande verdade é que estamos perdidos...

domingo, 30 de agosto de 2015

Ser Ator

Você realmente quer ser ator?
Saiba que não é uma vida fácil, nem tudo são glórias.
É preciso muito estudo, passamos a vida inteira estudando.
Não gosta de lêr? Experimente estimular o seu gosto, ou desista de ser ator. Caso contrário estará prestando um desserviço ao teatro.
Ser ator não é somente decorar um texto e colocar a emoção adequada. E mesmo para fazer isso, já requer muito estudo e preparo. Pois para criar a personagem,  temos que encontrar em nossos recursos corporais e intelectuais  a melhor maneira de construí-la. E se você estiver vazio, o máximo que conseguirá, caso tenha algum talento para a imitação, é reproduzir algo que já foi feito e criado por um verdadeiro ator.
Portanto, estude, leia muito sobre teatro, peças, literatura, cultura em geral, comportamento, política, assista todos os filmes e peças que conseguir. 
Para ser ator precisa estar muitíssimo preparado, psicologicamente, fisicamente e principalmente tecnicamente. O investimento é grande.
Valorize seus mestres, busque o conhecimento, aprenda, questione...
Ser ou não ser, eis a questão.


sexta-feira, 8 de maio de 2015

Galeanando...

    Sem tirar nenhuma conclusão, os poucos, eu vou entendendo o que acontece... Pra mim, sempre foi mais importante sentir. O entendimento profundo e acadêmico, assim como as suas 'elucubrações', não me interessam, são para intelectuais, e como Galeano: "eu não quero ser um intelectual, os intelectuais me rompem as bolas!" 

sábado, 25 de abril de 2015

À margem...

    São Paulo está muito triste, as pessoas estão, cada vez mais, individualistas e insensíveis. A seca parece afetar também as suas almas, elas esquecem que também são rio e precisam ser preservadas e despoluídas. A vontade de ir embora daqui, é enorme, mas pra onde? Em todo o lugar tem gente enlouquecida. A loucura é o mal do século! Não tem bolinha que dê jeito. Talvez essa insensibilidade generalizada, assim como a seca, esteja afetando todo o planeta. Mas quando eu me deparo com a gentileza, penso: "Ainda tem jeito..." Sinto que eu sou um rio caudaloso, minha correnteza é forte, fluo arrastando os camalotes e me acalmo nos remansos da delicadeza. Saudades do meu Rio Jaguarão, dos amigos, do chimarrão, da fronteira... Saudades de uma época em que eu ficava, apenas, à margem de um rio...

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Até aí morreu o Neves!

Será que tem crise financeira mesmo? Aqui em São Paulo tem emprego em toda parte. Ontem mesmo, eu fui ao Supermercado Zafari no Shopping Bourbon e oferecem vagas em todos os setores, no Sonda também estão contratando. A crises que eu vislumbro são de ordem ética, moral, de identidade, de corrupção... Ah! E a crise hídrica! E esse negócio de dólar alto, acho que é inventado (já vimos essa estorinha, né), pois o Euro nem se mexeu, continua nos mesmos R$ 3,28, tá ruim pra quem vai pros EUA, mas "até aí morreu o Neves", de preferência o Aécio... Bem que ele podia ter uma crise aguda de consciência e a seguir um mal súbito, nem precisava sofrer, só desaparecer e levar o PSDB junto. Aceita a derrota cara!